quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A ordem do discurso e o trabalho do professor.


A relação professor x aluno deve ser sempre baseada no respeito mútuo. A educação é um processo que deve ter como participante toda a sociedade, e esse envolvimento deve estar isento de qualquer tipo ideologia (políticas, religiosas...).  Portanto fica evidente que o papel do professor além de participar do processo de ensino das matérias existentes nos currículos, é também  responsável por formar um cidadão capaz de analisar o contexto onde está inserido e através dessa análise, formando assim um cidadão pensante, também cabe ao educador através de sua autoridade promover a disciplina, pois, em uma sociedade onde não se valoriza a autoridade e o respeito às normas, existira uma sociedade composta por cidadãos sem autonomia pensante e senso crítico, desta forma  serão transformados em massa de manobra pela classes dominante devido a sua intensa busca por mais poder.

O discurso usado no Brasil sobre educação é um discurso dissimulado (escola para todos, educação para poucos). Fica portanto a cargo do professor criar e levar aos alunos um discurso livre de segundas intenções. Essa tarefa é muito difícil, pois os professores não encontram na sociedade, nos governos e nas instituições educacionais o apoio necessário à propagação desse tipo de discurso e o com o professor adotando uma nova prática para o seu discurso ele acaba entrando em uma contradição: discursar para criticar o discurso vigente. Eis a questão "a ordem do discurso ou o discursso da ordem ?".

O professor não pode simplesmente se ver como um multiplicador, na visão Foucault  a figura do professor tem uma função diferenciada e importantíssima no processo de formação de cidadões. O professor se torna referencia de doação e respeito. O professor e o agente educador (não professores) se transformam em sujeitos de uma ação de associação, de correlação entre os fatos, pois os mesmos não existem e nem acontecem  de forma isolada, o discurso pedagógico os demais discursos (religiosos, políticos...) tem sempre uma relação muito próxima entre a razão e a loucura. Por fim  temos a concretização de todo esse processo, que seria a formação de um cidadão consciente.

Será então no ambiente escolar e a com a atuação dos professores  que poderemos formar uma nova escola, escola essa que transmita o conhecimento científico, que lhe mostre e trabalhe as relações entre respeito e disciplina. Pois o respeito é a base fundamental em qualquer relacionamento.  E por último que o cidadão seja capaz de perceber que ele tem direitos e deveres, não podendo nunca esquecer que o mesmo pode lutar de uma forma civilizada para consegui-los, pois, sabera entender os signos incluídos no discurso que foram ali dispostos para moldar a sua mente. 

Nosso sistema de ensino está baseado na inclusão, mas da forma como hoje ele se apresenta o que acontece é o inverso. Infelizmente a qualidade do ensino no Brasil é inversamente proporcional ao número de alunos matriculados e de postos de ensino abertos nos últimos anos.



 Nossa sociedade vive um estado de “liberdade”, pode-se tudo. A escola que deveria ser um ambiente socializador e disciplinador,   passou a ser um cenário das mais diversas atrocidades cometidas contra professores, diretores e pessoal de apoio. O discurso proferido pelos que estão no poder enaltece a igualdade, liberdade e a inclusão. Contudo esse discurso não é realmente efetivado na prática, na verdade o cidadão, o jovem e a mulher não estão  livres, eles estão abandonados à própria sorte. Eles não são seres humanos livres, eles estão momentaneamente livres, pois quando perceberem a real ordem do discurso se encontrarão, na prisão do abandono.  Se você não sabe para onde deve  ir, qualquer lugar serve, isso é um dos principais pontos dos discursos de hoje em dia.


A escola e o professor devem ser as ferramentas que mostrarão ao homem o caminho da plena  cidadania.   Só resta saber se nossa sociedade dominante tão presa ao poder permitira que os educadores sejam os verdadeiros libertadores de nossa gente.